Petrópolis
Na fria madrugada da montanha
A alta araucária, sobranceira,
Eleva-se das sombras do jardim,
Sentinela da primeira luz.
- Prima Ora
No piso antigo das calçadas
O limo frio, escorregadio;
A grama escura que cresce
Ao redor do canteiro da flor.
- Terça Ora
O zunzunir dos insetos
E as vergas vivas que são
Os fios pejados de andorinhas
Enfileiradas; re-pousadas.
- Sexta Ora
Solares bonachões,
Grandes sossegados,
Tomando seu sol
Na modorra da tarde...
- Nona Ora
Ao lado da praça
A velha catedral;
O telhado, o tijolo, a cantaria,
A escadaria, a ponte, o canal.
- Vésperas
O ruço, espesso, grave,
Desce a serra e, ao pé dos morros,
Esconde o casario e os longos vales
Entrecortados de rios urbanizados.
- Completas
O passar pausado das charretes
Que voltam, afinal, ao seu lugar,
Os cascos dos cavalos a estalarem
No pavimento das ruas da cidade.
- Noturno
A noite cresce o canto
Dos grilos no barranco;
Vem o vento e o cheiro de mato,
Vão-se as nuvens, vem o luar.
1 Comments:
Euclides,muito suave ,gostei .
Amaury
By
Anónimo, at 11:08 da manhã
Enviar um comentário
<< Home