A Mulher do Bodum.
Pois bem, devido a este afastamento da cidade, a diretoria da faculdade permitia que nós varássemos a noite nos atelieres de desenho (que eram muitos, para cada turma), para finalizarmos os trabalhos curriculares e foi numa "virada" destas que um colega nosso, veterano do quinto ano e meio amalucado, conhecido pelo estranho apelido de "Bodum",resolveu levar consigo uma prostituta(das bravas) para distraí-lo durante a noite atarefada. Raiada a manhã, o Bodum resolveu ir tomar um café na lanchonete para espantar o sono e deixou a moça com a incumbência de ir fazendo pinguinhos de nanquim com a "oxford" no jardim do seu projeto.
Não haviam se passado nem cinco minutos quando entrou na sala o regente da cadeira de "Grandes Composições", arquiteto reacionário e de produção eclética que gozava da antipatia de todos nós por sua rabujice perante tudo o que fosse "moderno" e por seu anti-comunismo feroz.
- Mas quem é a senhora? Indagou o mestre com visível espanto e indignação.
- Eu sou a mulher do Bodum! Respondeu a menina, resposta esta evidentemente infeliz, naquela situação.
- Pois vá chamar o seu Bodum imediatamente, que eu quero ter uma conversa com ele , replicou a besta-fera.
E foi assim que o "seu Bodum foi suspenso por meio ano e a FAU passou a ser fechada pontualmente às 18 hs, acabando-se nossa "sopa" de virar ali as noites de trabalho e farra.
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