PALLADIO

domingo, janeiro 11, 2009

PETRÓPOLIS (3)

Sento-me no banco circular que há,
Sombreado por antiga figueira,
Na praça da catedral de São Pedro de Alcântara
E olho, devagar, o pequeno
Panorama florido ao meu redor.

O negócio por aqui é ficar quieto, bem quieto,
Como os gatos que tomam sol
Deitados, sonolentos, no saibro,
Curando-se de suas aventuras noturnas,
Lambendo as suas feridas.

Quando eu era pequeno
Vinha a este banco brincar; agora
Quero apenas ficar quieto,
Esperando a dor passar. Vai passar.
Quieto, muito quieto,

Não lembro, não penso, não sinto,
Vejo as pombas arrulhando
Pelos telhados dos casarões
E os gatos deitados ao sol,
Curando-se dos amores