PALLADIO

quinta-feira, janeiro 01, 2009

O ADORMECER

Na minha cabeça
Adejando no espaço irreal
Em círculos concêntricos,
Volúveis,
Uma noção,
Uma certeza,
Uma razão,
Que emerge desapercebidamente
Para depois, caprichosamente,
Mergulhar no mar
Do inconsciente.

Fica um rendado
De palavras polissêmicas,
Imagens inconstantes,
Luzes impressas
Na retina da mente
Um pouco antes
De o sono chegar.

No reticulado semovente
De idéias virtuais
Afunda o meu ser
Quando de súbito uma voz
Ergue-se do passado
Calando-se em seguida.
Não, ela não me perturba mais.
Volto ao mergulho
Em águas profundas;
Passa um pensamento
Sem deixar seu rastro,
Um caleidoscópio me aparece
Nas pálpebras fechadas

E então o nada
Antes do portal
Do outro universo.