PALLADIO

segunda-feira, julho 26, 2010

FINITUDE

Uma falsa luz acendeu-se
Na raiz dos meus olhos.
Não era o brilho da vida,
Era o lume da morte.

Uma forma mutante,
Agressivamente primitiva,
Cresceu no curto espaço-
Abrigo do pensamento

E moldou um diamante
De agudas pontas coloridas
Pulsando compassadamente
Em um campo outrora são,

Abrindo assim o caminho
Que leva à finitude,
Selando-me a esperança
De uma curta eternidade.

Não temo a perda da razão
No corpo deteriorado,
Temo a permanência lúcida
Em um corpo paralisado,

Ver presa a consciência
Em sarcófago de carne,
A sobrevida cumprida
No cárcere de células frias.


Que venha então o sopro da morte
E me leve sem sofrimento
Para um sono além do fim
Que encerre o (meu) tempo.

Melhor assim.