PALLADIO

sábado, abril 10, 2010

LACERDA OU O "CORVO" - QUE NÂO FIQUEM DÙVIDAS

Carlos Lacerda destruiu, acabou com a cidade do Rio de Janeiro, tal como a conhecemos nós, os da minha geração, cidade esta harmoniosamente construida entre o o Oceano Atlântico e as montanhas do maciço da Serra da Carioca, cobertas pelas árvores da floresta da Tijuca. Sua (do Corvo) criminosa atuação acabando com os antigos gabaritos que regulavam sua (da cidade) tipologia urbana, tão humana e agradável, de feição européia, e liberando a altura dos edifícios para satisfazer os propósitos da especulação imobiliária, criando um “skyline” à maneira do “laissez faire” urbano das cidades do capitalismo norte-americano, é imperdoável. A solução que pretendeu dar para as favelas, absurdo hoje reabilitado pela direita raivosa tupiniquim, foi executada por sua truculenta secretária de habitação Sandra Cavalcanti, que mandou incendiar a “Praia do Pinto”, no Leblon, levando seus moradores desabrigados para o longínquo subúrbio de Cidade de Deus, além de Jacarépaguá ( à dezenas de quilômetros do assentamento original), de triste memória. A população assim forçada a migrar perdeu seus empregos, seus vínculos com a cidade, seus hábitos, seus ritos consagrados, sendo levada, pela falta de trabalho e raízes sólidas com o território, à desagregação familiar, à violência, ao tráfico de drogas e ao crime. No local antes ocupado pelos trabalhadores foi erigida a “Selva de Pedra” um dos piores exemplos de exploração imobiliária do país. O governo Carlos Lacerda no Riode Janeiro foi uma tragédia da qual a cidade nunca mais se recuperou. Vergonha para ele.